Nos últimos tempos, o cenário das telenovelas brasileiras se viu revitalizado pela chegada de produções em streaming, como Beleza Fatal e Pedaço de Mim. Ambas as produções têm atraído a atenção do público, mas de maneiras bastante distintas, principalmente em relação ao impacto na Rede Globo, tradicional potência no setor.
‘Beleza Fatal’: Uma Aposta no Exagero
Beleza Fatal, disponível no Max, traz uma mistura curiosa de melodrama exagerado e elementos modernos dos serviços de streaming. Escrita por Raphael Montes e estrelada por Camila Pitanga e Camila Queiroz, a trama aborda temas controversos como a exploração de cirurgias plásticas e vingança, garantindo interesse entre um público específico de streaming. Apesar do sucesso, Beleza Fatal não abalou significativamente o público da Globo, pois seu apelo se restringe a um nicho mais segmentado. A audiência do streaming parece à vontade em nichos, preferindo conteúdo que salta barreiras conservadoras e sociais.
‘Pedaço de Mim’: Netflix no Jogo das Telenovelas Tradicionais
Por outro lado, Pedaço de Mim, que surge como a primeira telenovela brasileira original da Netflix, conseguiu capturar um público mais amplo e impactar o status quo da Globo de forma notável. Juliana Paes, em uma performance brilhante, ajudou a impulsionar essa história sobre dramas familiares complexos — um tema que, ironicamente, sempre foi um pilar das produções televisivas tradicionais, dominadas pela Globo.
Inicialmente recebida com ceticismo por ser classificada como série, Pedaço de Mim encontrou sua voz e abraçou o melodrama mais familiar para o público, abraçando narrativas que ressoam fortemente com a cultura brasileira atual. Em tempos de telenovelas da Globo como Mania de Você não atingirem as expectativas, Pedaço de Mim se destacou, atraindo espectadores que procuravam algo mais próximo das histórias tradicionais com um toque moderno.
A evolução desses formatos de novela em streaming mostra não apenas a flexibilidade dessas plataformas, mas também como o gosto do público pode se diversificar, ainda encontrando espaço para narrativas tradicionais reinventadas. Cabe agora à Globo e afins compreenderem e se adaptarem a esse novo cenário, onde não só o conteúdo importa, mas também a maneira como ele é entregue.
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