Tradição dá espaço para modernidade na escolha dos nomes de bebê brasileiros
Que tal dar uma olhada nos nomes de bebê mais registrados em 2024 no Brasil? O que era esperado como tradição virou passado: Miguel perdeu o reinado que tinha desde 2020, e nomes como Noah e Gael, antes praticamente inexistentes, agora estão entre os favoritos dos pais brasileiros. O que explica essa mudança? Segundo um levantamento recente do registro civil, divulgado pela Arpen-Brasil, a criatividade dos pais anda em sintonia com tendências globais e novas referências midiáticas.
O nome Helena conquistou o topo pela primeira vez em anos, batendo 24.532 inscrições, e quebrou uma sequência de anos dominados por nomes masculinos. Para se ter uma ideia, há menos de dez anos, Helena mal aparecia dentre os 50 nomes mais dados a meninas. Mas o grande fenômeno foi Gael — completamente fora do radar dos registradores anos atrás e, agora, figura no terceiro lugar geral, com 21.302 registros. Logo atrás está Noah, ocupando a décima posição com 17.447 meninos batizados assim, algo impensável há uma década.
O que está puxando a onda de nomes curtos e internacionais?
Muitos pais dizem que querem nomes fáceis de pronunciar, que funcionem bem em diferentes idiomas e tenham sonoridade leve. Não por acaso, Noah e Gael são curtos, universais e já aparecem em novelas, séries e nas escolhas de famosos. Helena, por sua vez, cresceu de pouco a pouco: da 45ª posição em 2015 para o topo em 2024 — um salto alimentado, em parte, por novelas e personagens de destaque.
Especialistas apontam para a força das influências da cultura pop e das redes sociais neste novo momento. Hoje basta um nome se destacar entre influenciadores, atrizes ou até personagens queridos para disparar nas certidões de nascimento. O resultado é esse: nomes improváveis viram tendência nacional em questão de poucos anos.
No ranking de 2024, apenas três nomes femininos aparecem no top 10: Helena, Cecília e Maite. O restante é masculino, como Ravi, Arthur e outros já conhecidos, mostrando que os casais ainda apresentam uma preferência maior por nomes de meninos quando o assunto é 'moda'.
Apesar do levantamento apresentar números nacionais, dá para perceber algumas diferenças regionais nas escolhas, geralmente ligadas à tradição local ou ao sucesso mais forte de certos programas de TV. Mas, no geral, a centralização do registro permite um retrato fiel das tendências para o país como um todo — e, ao que parece, aquela busca pelo nome “comum” está dando lugar a escolhas mais originais e antenadas com o mundo.
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