Gilberto Gil – quem é, o que fez e por que ainda faz diferença
Se você curte uma boa música brasileira, provavelmente já ouviu o nome Gilberto Gil. Ele não é só cantor, mas também compositor, ex-ministro da Cultura e um dos caras que ajudou a transformar a MPB em movimento global. Vamos entender por que ele continua relevante, mesmo depois de tantas décadas.
Da infância em Salvador ao sucesso nacional
Gil nasceu em 1942, na zona portuária de Salvador. Desde pequeno ele já pegava o violão e cantava nas festas de família. Nos anos 60, junto com Caetano Veloso, formou o trio “Bahia Três”, que acabou evoluindo para a famosa parceria que revolucionou a música com o Tropicalismo. O álbum "Tropicália ou Panis et Circenses" (1968) foi um marco: misturou rock, samba, baião e poesia de forma ousada.
Depois do golpe militar, Gil foi preso, mas isso não parou a criatividade. Em 1970, ele saiu do país na chamada "exílio cultural" e passou dois anos na Londres, onde gravou "Expresso 2222" e se conectou com artistas internacionais. O retorno ao Brasil trouxe hits como "Aquele Abraço" e "Refazenda", que ainda tocam nas rádios.
Gilberto Gil na política e na cultura contemporânea
Em 2003, o Governo Lula convidou Gil para ser Ministro da Cultura. Na pasta, ele modernizou a Lei de Incentivo à Cultura, criou o Programa Mais Cultura e impulsionou o acesso à internet nas escolas. A experiência política fortaleceu ainda mais sua imagem como defensor da arte e da diversidade.
Nos últimos anos, Gil continua ativo: lançou o álbum "Tudo é Música" (2022), participou de debates sobre sustentabilidade e ainda faz shows que misturam tradição e tecnologia, como o uso de realidade aumentada nos palcos.
Além da música, ele escreve livros, dá palestras e se engaja em projetos sociais em Salvador. Seu discurso costuma ser direto: a cultura tem que ser para todos, não só para quem compra ingresso caro.
Se você quer conhecer a obra completa de Gilberto Gil, comece pelos álbuns "Gilberto Gil ao vivo" (1978) e "Quanta\nidade" (1979). Eles mostram a transição da MPB para o reggae, o funk e o rock. Também vale conferir as colaborações com artistas como Vanessa da Mata e Caetano Veloso, que reforçam a capacidade de reinventar o som sem perder a raiz.
Hoje, Gil tem mais de 70 anos, mas a energia nos palcos continua alta. Seu último show em São Paulo foi lotado e a plateia cantou “Aquele Abraço” do início ao fim. Isso mostra que a música dele ainda tem voz forte nas novas gerações.
Então, se você ainda não conhece Gilberto Gil, dê o play em alguma das playlists de MPB no seu serviço de streaming. Você vai perceber que o legado dele vai muito além das canções; ele abriu caminhos para toda a música brasileira contemporânea.