O que aconteceu com o voo AI-117? Falha de combustível e desentendimento na cabine
Trinta e dois segundos. Esse foi o tempo que o voo AI-117, da Air India, conseguiu permanecer no ar antes de se chocar contra um prédio residencial em Ahmedabad, em 12 de junho de 2025. O relatório preliminar divulgado pelos investigadores revelou detalhes impactantes: as duas turbinas do Boeing 787-8 Dreamliner perderam força quase imediatamente após a decolagem, fruto de um corte repentino no fornecimento de combustível.
Logo após o avião sair do solo, os controles de combustível dos dois motores passaram para a posição de corte. Isso aconteceu apenas três segundos depois da decolagem. Em um piscar de olhos, o motor esquerdo parou; um segundo depois, o direito também. Restava pouca esperança de controlar a aeronave sem potência alguma. O som gravado no cockpit mostra um dos pilotos perguntando: 'Por que você cortou?'—perplexidade e susto no ar. O outro nega ter feito a ação. O mistério permanece: ninguém sabe ao certo como os comandos foram parar ali, já que ambos negam responsabilidade e um erro técnico súbito ainda é cogitado.
Vítimas, caos em solo e dúvidas que desafiam a perícia
Havia 242 pessoas a bordo, incluindo passageiros e tripulantes. Indianos eram maioria entre os passageiros, mas britânicos, portugueses e um canadense também estavam no avião. Entre os 241 mortos estava quase toda a tripulação. O único sobrevivente foi um passageiro britânico de ascendência indiana, que ocupava o assento 11A—um número que agora carrega um peso brutal de sorte e estatística. Nos prédios atingidos em terra, outros 29 perderam a vida, ampliando a gravidade da tragédia para além dos céus.
No passado, esse mesmo avião já tinha apresentado problemas, incluindo um sensor de estabilizador defeituoso relatado antes do desastre. Até o momento, os investigadores não conseguiram estabelecer se havia relação entre esse defeito e o corte de combustível. O acidente levanta questões incômodas: como ambos os controles de combustível mudaram de posição sem ação aparente dos pilotos? A gravadora da cabine, pelo menos, deixa claro que a comunicação ficou fragmentada, entre choque e negação.
- 169 passageiros indianos
- 53 britânicos
- 7 portugueses
- 1 canadense
- 12 tripulantes
Pelo menos por enquanto, não há culpados definidos. O relatório foi cauteloso, focando nos fatos já conhecidos e afastando-se de especulações sobre responsabilidades. Enquanto isso, Air India diz que está colaborando integralmente com as investigações e dando suporte às famílias das vítimas. Do outro lado do mundo, o governo do Reino Unido acompanha de perto os desdobramentos, já que a tragédia envolve dezenas de seus cidadãos.
A investigação continua, cheia de perguntas sem resposta. O que causou o corte súbito de combustível? Havia uma falha no sistema do Dreamliner? Houve erro humano, ou um problema antes ignorado finalmente se tornou fatal? Por enquanto, o céu de Ahmedabad guarda segredos que a perícia ainda luta para decifrar.
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