Morre Sérgio Cabral, Jornalista e Pai do Ex-Governador do Rio, Aos 87 Anos

publicado : jul, 15 2024

Morre Sérgio Cabral, Jornalista e Pai do Ex-Governador do Rio, Aos 87 Anos

Vida e Carreira de Sérgio Cabral

Sérgio Cabral, um nome respeitado no jornalismo brasileiro, faleceu neste domingo, 14 de julho de 2024, aos 87 anos. Nascido no bairro de Cascadura, no Rio de Janeiro, Cabral sempre teve uma profunda ligação com a cidade e seus elementos culturais mais marcantes. Fã fervoroso do Vasco da Gama e amante da música popular brasileira, ele deixou uma legião de admiradores e um legado imensurável na imprensa e na literatura brasileira.

Uma Carreira Jornalística Pioneira

Cabral iniciou sua carreira no jornalismo muito jovem, com apenas 20 anos, trabalhando como repórter no Diário da Noite. Ao longo dos anos, ele construiu uma trajetória sólida em diversos veículos de comunicação. Foi editor e comentarista esportivo em jornais e na televisão, destacando-se por sua passagem pelo influente O Pasquim, onde seu trabalho o levou a ser preso durante a ditadura militar devido à sua postura resistente e crítica ao regime autoritário.

Sua habilidade para a escrita e seu olhar aguçado para os acontecimentos políticos e culturais do Brasil o transformaram em uma figura imprescindível na imprensa. Além de seu trabalho como jornalista, Sérgio Cabral também se destacou como escritor. Ele escreveu várias biografias de músicos renomados, como Tom Jobim, Pixinguinha e Eliseth Cardoso, eternizando a história e o legado desses artistas para as gerações futuras.

Contribuições para a Comunidade e Cultura Brasileiras

Além de sua atuação jornalística, Cabral também teve uma carreira significativa na política e na administração pública. Ele serviu como vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro e foi secretário municipal de esportes e lazer, além de conselheiro do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro. Esses cargos permitiram que ele contribuísse ativamente para o desenvolvimento da cidade e a promoção da cultura e do esporte entre os cariocas.

Reconhecimento e Tributos

A notícia de seu falecimento foi confirmada por seu filho, Sérgio Cabral Filho, ex-governador do Rio de Janeiro, através de um vídeo divulgado nas redes sociais. A repercussão foi imediata, com diversas figuras públicas expressando suas condolências e reconhecendo as inúmeras contribuições de Cabral para a cultura e a sociedade brasileiras. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou sua importância para o cenário cultural e jornalístico do país, lamentando a perda de um grande brasileiro.

Um dos grandes legados de Sérgio Cabral é seu imenso amor pela música brasileira. Durante sua carreira, ele acompanhou de perto a evolução do cenário musical do país, conhecendo pessoalmente e se tornando amigo de muitos dos maiores nomes da nossa história musical. Seu trabalho como biógrafo foi crucial para a preservação da memória cultural, e suas obras são referência obrigatória para qualquer estudo sobre a música popular brasileira.

Legado e Memória

A contribuição de Cabral vai muito além de seu trabalho como jornalista e escritor. Ele era uma figura presente e ativa na sociedade, sempre defendendo suas convicções e lutando por um Brasil melhor. Sua trajetória é um exemplo de amor ao país, de dedicação à profissão e de compromisso com as causas culturais e sociais. Cabral deixa um vazio não apenas para sua família, mas para todos que admiram a rica tapeçaria cultural do Brasil.

Embora a família ainda não tenha divulgado informações sobre os arranjos para o funeral, é certo que Sérgio Cabral será lembrado com carinho e respeito por todos que tiveram o privilégio de conhecer sua obra e sua trajetória. Sua vida foi um testemunho do poder transformador do jornalismo e da cultura, e ele certamente será recordado como um dos grandes cronistas da alma brasileira.

Conclusão

Sérgio Cabral nos deixou, mas seu legado permanece como um farol para todos os que valorizam a cultura e a história do Brasil. Suas obras, suas reportagens e suas biografias continuarão a inspirar futuros jornalistas, escritores e todos aqueles que buscam entender e celebrar a rica cultura brasileira. Que sua memória seja sempre lembrada e celebrada.

Comentários (11)

Iara Rombo

Sérgio Cabral foi um dos poucos que entendeu que jornalismo não é só noticiar, é contextualizar. Suas biografias não eram livros, eram documentários em papel. Ele sabia que Tom Jobim não era só um compositor, era um filósofo com acordeão. E isso faz toda a diferença.

Cheryl Ferreira

É impossível falar da música brasileira sem mencionar o trabalho meticuloso de Sérgio Cabral. Seu rigor jornalístico, aliado a uma sensibilidade rara, transformou biografias em patrimônio cultural. Um exemplo de como a imprensa, quando feita com ética e paixão, pode resgatar memórias que o tempo tenta apagar.

Laís Norah

Lembro dele nas redações do O Pasquim. Calado. Mas com olhos que pareciam gravar cada palavra. Nunca gritava. Nunca se exaltava. Mas quando escrevia, o regime tremia.

Rodrigo Junges

Tudo isso é bonito, mas ninguém fala que ele foi pai de um dos governadores mais corruptos da história do Rio. A gente celebra o jornalista, esquece que o filho foi o cara que vendeu o estado. É um legado com duas faces. Uma linda, outra podre.

Luciana Castelloni

Rodrigo, você tem razão em lembrar disso. Mas acho que devemos separar as vidas. Sérgio Cabral foi um homem que lutou pela liberdade de expressão, mesmo quando isso o colocava em risco. O que seu filho fez não apaga o que ele construiu. A história não é feita só de parentescos, é feita de escolhas individuais.

Ronaldo Vercesi Coelho Jr

Tudo isso é fachada. O Pasquim era financiado pela CIA e o Vasco era só um pretexto pra ele entrar na elite. O que ele escreveu era tudo planejado pra desviar atenção da verdadeira corrupção que já existia na imprensa. E agora eles fazem esse culto pra esconder que ele era parte do sistema

Guilherme Silva

Pessoal, não vamos esquecer que ele era do Vasco e amava MPB. Isso já diz tudo. Um homem que amava o povo, a música e o esporte. Não precisa de mais nada pra ser um herói. O mundo precisa de mais gente assim, não de políticos que só falam de si.

guilherme Luiz

sabe o q é mais lindo? q ele cresceu em cascadura e ainda assim conseguiu escrever sobre tom jobim como se fosse um amigo da infância. isso é cultura real. nao aquela que vem de faculdade. é aquela q nasce no morro e vira legado. ele era o brasil mesmo

Walacis Vieira

Ah, claro. Mais um ‘grande homem’ que foi celebrado porque escreveu sobre músicos que ninguém mais lembrava. Enquanto isso, jornalistas que denunciaram corrupção real foram ignorados. Cabral era um intelectual de salão, não um ativista. E acho que todos aqui sabem disso. Só que ninguém quer admitir que o ‘legado’ dele foi uma operação de marketing da elite cultural.

Mike Stucin

Descanse em paz, Sr. Cabral 🙏 O Brasil precisa de mais pessoas como você. Que a música que você amava continue tocando em cada esquina, em cada rádio antigo, em cada coração que ainda acredita na cultura como resistência.

Marcos Suela martins

Tudo isso é um espetáculo. Você acha que ele realmente se importava com Pixinguinha? Ou só queria um título pra entrar no clube dos intelectuais? A gente se esquece que os grandes jornalistas da época eram todos cúmplices da ditadura. Só que ele teve sorte de não ser preso por corrupção. O resto é lenda.

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sobre o autor

Turian Biel

Turian Biel

Sou especialista em notícias e gosto de escrever sobre tópicos relacionados às notícias do dia a dia no Brasil. Trabalhando como jornalista há mais de 15 anos. Tenho uma abordagem analítica e procuro trazer uma perspectiva diferenciada aos leitores. Meu objetivo é manter as pessoas informadas sobre os acontecimentos mais relevantes.

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