A Linha 19 Celeste do Metrô de São Paulo representa um dos maiores investimentos em mobilidade urbana da última década. Com 17,6 km de extensão e quinze estações, a linha promete descongestionar corredores críticos como a Marginal Tietê e a Rodovia Presidente Dutra, aliviando o trânsito entre a capital e o Aeroporto de Guarulhos.
Detalhes do projeto
O plano divide a obra em três lotes, cada um com escopo específico:
- Lote 1: trecho entre a estação Bosque Maia e Itapegica.
- Lote 2: segmento que vai de Jardim Julieta até Vila Maria.
- Lote 3: corredor entre as estações Catumbi e Anhangabaú.
As licitações foram concluídas nos dias 22, 23 e 24 de setembro de 2025, com a escolha de três consórcios que ficarão responsáveis não só pela escavação dos túneis, mas também pela construção das estações, dos pátios de manutenção e das 18 poços de ventilação e saída de emergência. Além disso, os vencedores precisam entregar projetos executivos e instalar sistemas auxiliares como escadas rolantes, elevadores, iluminação, bombas hidráulicas e equipamentos de combate a incêndio.
Em termos de capacidade, a linha deve transportar cerca de 630 mil passageiros diariamente, conectando bairros de grande fluxo comercial e residenciais, como Anhangabaú, Sé, Brás, Belém, Vila Maria, Vila Medeiros, Vila Guilherme, Cocaia e Bosque Maia. Os pontos de integração incluem modificações nas estações São Bento (Linha 1‑Azul) e Anhangabaú (Linha 3‑Vermelha), ampliando as opções de transferência para outras linhas do Metrô e da CPTM.
Desafios e críticas
O cronograma prevê 75 meses de obra direta, iniciando em 2026 e terminando entre 2032 e 2033. Esse horizonte temporal tem sido duramente questionado por especialistas em transporte e por usuários que enfrentam diariamente o caos nos corredores citados. A principal queixa é o ritmo “de lesma” que o projeto tem mantido desde a fase de planejamento, atrasado por burocracia de desapropriações, revisões de projetos e questões ambientais.
Além da lentidão, os custos também chamam atenção. O orçamento de R$ 19,5 bilhões já ultrapassa o de outras linhas concluídas nos últimos anos, o que gera preocupações sobre a sustentabilidade financeira do projeto e sobre possíveis reajustes futuros.
Entretanto, os defensores da obra apontam benefícios de longo prazo: redução de emissões de gases poluentes, diminuição do número de veículos particulares nas vias principais e melhora na qualidade de vida dos moradores das regiões atendidas. A integração com a malha existente também deve tornar o sistema de transporte coletivo mais eficiente, renovando a confiança do público no investimento público.
Enquanto as obras ainda não começaram, a expectativa é que o início dos trabalhos em 2026 traga um impulso nas discussões sobre mobilidade urbana em São Paulo, sinalizando a necessidade de maior agilidade nas próximas grandes obras de infraestrutura.
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