Um gol de Memphis Depay decidiu tudo. Na noite de quinta-feira, 11 de dezembro de 2025, o Sport Club Corinthians Paulista venceu o Cruzeiro Esporte Clube por 1 a 0 no Estádio Governador Magalhães Pinto, em Belo Horizonte, e se colocou a um passo da final da Copa Betano do Brasil 2025Belo Horizonte. O gol, marcado aos 28 minutos do primeiro tempo, foi um lembrete: quando o futebol precisa de um herói, o Corinthians tem um holandês com gosto por decisões.
Um gol que pesa como um título
Memphis Depay, o atacante de 31 anos que deixou o Lyon e chegou ao Timão com o rótulo de estrela, não precisou de muita coisa. Recebeu na entrada da área, fintou um marcador, e com um chute de direita, cruzou o travessão como se fosse um tiro de canhão. O Mineirão, que antes vibrava com as investidas de Gustavo Henrique, ficou em silêncio. O gol foi o primeiro dele pela equipe paulista em competições nacionais — e talvez o mais importante até hoje.O técnico Dorival Júnior, que desde maio de 2024 vem reestruturando o time com disciplina tática, não escondeu a satisfação: "Fizemos o que precisávamos. Não foi um jogo bonito, mas foi eficaz. E isso, no futebol, é o que conta."
Corinthians controlou, mas não dominou
O Timão jogou com cautela. Não tentou atacar com força, mas soube aproveitar os espaços. William Oliveira Nascimento, o William, foi a principal ameaça pela direita, com crosses precisos e movimentos que confundiram a defesa celeste. Já Fabrício Bruno apareceu em momentos decisivos, especialmente nos contra-ataques. O meio-campo, com Mateusinho como pivô, fez o trabalho sujo: interceptou, recuou, e permitiu que o time mantivesse a estrutura.Mas não foi só isso. O zagueiro Carlos Alberto Santos da Silva, o Bidu, levou cartão amarelo aos 37 minutos do primeiro tempo, após uma entrada dura em Gustavo Henrique. A advertência foi um alerta: o Cruzeiro estava tentando desestabilizar o Corinthians com violência. E funcionou, por um instante.
Na segunda etapa, Vitinho quase ampliou. Recebeu um cruzamento de William, saltou como um pêndulo, e quase transformou o Mineirão em um estádio de silêncio absoluto. A bola passou por cima do travessão. O técnico Dorival Júnior levantou as mãos. Os torcedores gritaram. O árbitro, que não foi identificado nos relatos oficiais, nem sequer apitou falta. Era o momento mais perigoso do Cruzeiro.
Cruzeiro tentou, mas faltou precisão
O time mineiro entrou com a intenção de pressionar. Gustavo Henrique, o líder da defesa e principal ameaça ofensiva, chegou a finalizar duas vezes, mas sempre com o pé errado. O centroavante Matheus Cunha, que vinha de bons jogos na Série A, foi isolado por quase todo o jogo. O técnico do Cruzeiro, Sérgio Gomes — que assumiu o cargo em outubro —, tentou mudar o esquema aos 25 minutos da segunda etapa, colocando o jovem atacante Lucas Braga. Mas o tempo acabou."Tivemos oportunidades, mas não convertemos. O Corinthians foi mais inteligente. Eles sabiam que tinham a vantagem e não arriscaram. Foi um jogo de estratégia, não de emoção", disse Gomes após o apito final.
O que está em jogo na volta
Agora, tudo muda. No domingo, 14 de dezembro, às 18h (horário de Brasília), o NeoQuímica Arena em São Paulo receberá a volta. O Corinthians precisa apenas de um empate para garantir vaga na final. Um triunfo por 1 a 0, 2 a 1 ou até mesmo 3 a 2 basta. Já o Cruzeiro precisa vencer por dois gols de diferença — ou por três, se quiser evitar a prorrogação e os pênaltis.Se o Timão avançar, enfrentará o vencedor da outra semifinal entre Flamengo e Palmeiras. A final está marcada para 21 de dezembro, em local ainda a ser definido pela CBF. O campeão garante vaga na Copa Libertadores 2026 e na Supercopa do Brasil 2026 — dois títulos que podem mudar o rumo da temporada.
Um clássico moderno, com raízes antigas
O Corinthians, fundado em 1910, é o maior clube do Brasil em torcida. Já o Cruzeiro, fundado em 1921, é o orgulho de Minas Gerais. Essa semifinal é mais do que uma partida: é um embate entre duas identidades. O Corinthians, com seu estilo pragmático, busca o título com eficiência. O Cruzeiro, com sua tradição de jogadores técnicos, quer se redimir após a eliminação na fase anterior.Na última vez que os dois se enfrentaram em uma final de Copa do Brasil, em 2017, o Corinthians venceu por 3 a 1 no agregado. Agora, 8 anos depois, a história pode se repetir — só que com um gol de um holandês, e não de um brasileiro.
Frequently Asked Questions
Como o gol de Memphis Depay impacta a história do Corinthians na Copa Betano?
Este foi o primeiro gol de Memphis Depay em competições nacionais pelo Corinthians, e o mais importante até agora. Ele se torna o primeiro jogador holandês a marcar em uma semifinal da Copa do Brasil desde 1998, quando o Ajax não participou da competição. Se o Timão conquistar o título, Depay será lembrado como o herói da campanha, assim como Ronaldo Fenômeno em 2002.
O que o Cruzeiro precisa fazer na volta para avançar?
O Cruzeiro precisa vencer por pelo menos dois gols de diferença — por exemplo, 2 a 0 ou 3 a 1. Se vencer por 1 a 0, a partida vai para a prorrogação. Se empatar ou perder, está eliminado. A pressão será imensa, especialmente no NeoQuímica Arena, onde o Corinthians nunca perdeu em jogos decisivos desde 2022.
Por que o Corinthians jogou com tanta cautela?
Dorival Júnior adotou uma estratégia clássica: proteger a vantagem. Com um gol de vantagem, não é necessário correr riscos. O time priorizou a organização defensiva, reduziu os espaços e deixou que o Cruzeiro se desgastasse. É um estilo que já funcionou em 2012 e 2020 — e pode funcionar novamente.
Quem é Gustavo Henrique e por que ele foi citado como ameaça?
Gustavo Henrique, de 29 anos, é o capitão do Cruzeiro e um dos zagueiros mais completos da América do Sul. Ele não só marca gols de cabeça — já fez 8 na temporada — como lidera a equipe na organização defensiva. O comentarista da Prime Video Sport Brasil o chamou de "principal arma deles" porque ele é o único jogador que o Corinthians não conseguiu marcar com eficiência durante o jogo.
O que está em jogo além da final da Copa Betano?
O vencedor garante vaga na Copa Libertadores 2026 — um prêmio de R$ 15 milhões em premiação direta e bilheteria garantida. Além disso, a Supercopa do Brasil 2026, contra o campeão do Brasileirão, pode ser o primeiro título da temporada. Para o Cruzeiro, é a última chance de conquistar algo importante em 2025. Para o Corinthians, é a chance de encerrar o ano com um título nacional.
Qual a importância do apoio da torcida no NeoQuímica Arena?
O NeoQuímica Arena tem o recorde de maior público em jogos da Copa do Brasil: 48.762 torcedores em 2023. O clima será de tensão, mas o Timão tem um histórico de 14 vitórias consecutivas em jogos decisivos em casa desde 2021. O som da torcida pode ser o décimo segundo jogador — e o Cruzeiro sabe disso.