LOADING....!!!!!

COEs da Ambipar e Braskem registram perdas de até 93% para investidores

publicado : out, 9 2025

COEs da Ambipar e Braskem registram perdas de até 93% para investidores

Investidores que compraram Certificados de Operações Estruturadas (COEs) vinculados a Ambipar S.A. e Braskem S.A. perderam até 93,12% do capital entre 6 e 8 de outubro de 2025, depois que cláusulas de resgate antecipado foram acionadas por forte desvalorização dos títulos internacionais das duas companhias. O anúncio foi feito pela XP Investimentos S.A. e pelo Banco BTG Pactual S.A., ambos com sede em São Paulo. A notícia gerou um rebuliço nos fóruns de reclamação, nas redes sociais e até em vídeos de educadores financeiros.

O que são COEs e como eles funcionavam

Os Certificados de Operações Estruturadas são produtos financeiros que prometem combinar a "segurança da renda fixa" com o "potencial da renda variável". Na prática, o retorno do investidor está atrelado ao desempenho de um ativo‑subjacente – no caso, os títulos de dívida internacionais emitidos por Ambipar e Braskem. Se o valor desses títulos cair mais de 50% no mercado secundário, uma cláusula de término antecipado é ativada, cancelando o certificado e devolvendo apenas uma fração do capital investido.

Até outubro de 2025, haviam sido emitidos 41 lotes diferentes de COEs da Ambipar e 78 lotes de COEs da Braskem, envolvendo centenas de milhares de investidores, muitos deles clientes de assessoria de varejo.

Detalhes das perdas

Para os COEs da Ambipar emitidos até 18 de março de 2024, a XP Investimentos informou que os detentores receberão apenas 6,88% do valor inicialmente aplicado – um recuo de 93,12%. Em números reais, quem investiu R$ 100 mil verá um resgate próximo a R$ 6,88 mil.

Já os COEs da Braskem, emitidos até 25 de março de 2024, têm taxa de recuperação entre 26,62% e 36,97%. A liquidação está prevista para 10 de outubro de 2025, quando os investidores receberão, no melhor cenário, cerca de R$ 26 mil por cada R$ 100 mil aplicados.

Os títulos de dívida que dão base aos COEs estavam negociando a cerca de 13% do valor nominal da Ambipar e 20% do valor nominal da Braskem, de acordo com dados internos das duas corretoras. Essa queda abrupta foi desencadeada pela crise de liquidez nos mercados internacionais após o pedido de proteção judicial de Ambipar no final de setembro de 2025.

Reações das instituições financeiras

A XP Investimentos enviou comunicado por e‑mail a todos os clientes que tinham COEs da Ambipar, explicando que o pagamento seria feito em até 48 horas após a data‑corte de 6 de outubro. O banco BTG Pactual, por sua vez, divulgou relatório detalhado demonstrando a metodologia de cálculo da recuperação, ressaltando que a estrutura do produto já previa a possibilidade de perdas severas em cenários de queda acentuada dos ativos subjacentes.

Ambas as instituições foram acusadas de usar a frase publicitária “O retorno da renda variável, com a segurança da renda fixa” de forma enganosa. Diversos investidores relataram que foram orientados pelos consultores a comprar COEs como se fossem investimentos de perfil conservador, sem que lhes fosse explicado o risco de gatilho de término antecipado.

Impacto nos investidores

Impacto nos investidores

Um cliente que postou reclamação no Reclame Aqui na segunda‑feira, 6 de outubro de 2025, relatou perda de R$ 270 mil: aplicou R$ 289 mil em um COE da Ambipar com vencimento em 2031 e recebeu apenas R$ 19 mil após a liquidação. Até o dia 7 de outubro, cerca de 20 reclamações semelhantes já estavam registradas na plataforma.

O vídeo do educador financeiro Sard, publicado em 8 de outubro, mostrou a reação de investidores ao verem seus certificados "derreterem" em menos de 24 horas. Ele destacou ainda que o modelo de remuneração baseado em comissões incentiva a venda desses produtos complexos, mesmo quando o cliente não possui perfil adequado.

Segundo a G1, os COEs de crédito representam cerca de 15% do total de produtos estruturados no Brasil, o que significa que o caso Ambipar/Braskem pode afetar um número considerável de investidores ao redor do país.

Perspectivas regulatórias e próximas etapas

O Ministério da Economia já anunciou que vai analisar a prática de marketing desses produtos, principalmente a alegação de “segurança da renda fixa”. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sinalizou que poderá abrir investigação para verificar se houve violação de normas de adequação ao perfil de risco.

A Ambipar deve protocolar pedido de recuperação judicial entre 6 e 10 de outubro de 2025, conforme noticiado pelo Investidor10.com.br. Caso o pedido seja aceito, a empresa terá um plano de pagamento aos credores que pode incluir novos instrumentos de dívida, o que, por sua vez, pode gerar novas variações nos COEs vinculados.

Para os investidores que ainda possuem COEs em carteira, a recomendação das próprias corretoras tem sido monitorar os comunicados oficiais, avaliar a possibilidade de rescindir a posição (quando ainda houver margem) e buscar assessoria jurídica especializada.

Como evitar armadilhas semelhantes no futuro

Como evitar armadilhas semelhantes no futuro

  • Exigir clareza sobre cláusulas de resgate antecipado e entender os gatilhos que podem acioná‑las.
  • Questionar sempre o perfil de risco associado ao produto; se o retorno prometido parece bom demais, desconfie.
  • Preferir consultores que trabalhem sob modelo fee‑based, que recebem remuneração diretamente do cliente e não dependem de comissões por venda.
  • Consultar o histórico de negociação dos ativos subjacentes antes de investir em produtos estruturados.

Perguntas Frequentes

Quanto os investidores da Ambipar podem recuperar?

A XP Investimentos informou que a taxa de recuperação é de 6,88% do capital investido. Isso significa que, para cada R$ 10 mil aplicados, o investidor receberá cerca de R$ 688.

Qual a diferença entre os COEs da Braskem e da Ambipar?

Os COEs da Braskem têm taxa de recuperação entre 26,62% e 36,97%, enquanto os da Ambipar ficam em torno de 6,88%. A diferença decorre da volatilidade dos títulos de dívida subjacentes e do momento em que as cláusulas de término foram acionadas.

O que a CVM pode fazer em relação a esses produtos?

A CVM pode abrir processo administrativo para investigar se houve violação das regras de adequação ao perfil de risco e da transparência nas informações prestadas pelos bancos. Eventuais sanções podem incluir multas ou restrições à oferta de novos COEs.

Como os investidores podem se proteger de perdas semelhantes?

É fundamental analisar as cláusulas de gatilho, exigir explicações sobre o ativo subjacente e preferir consultores que trabalhem sob modelo fee‑based. Também ajuda a diversificar a carteira e evitar concentrar recursos em produtos estruturados de alta complexidade.

Qual o papel das corretoras XP Investimentos e BTG Pactual nesse caso?

Ambas as corretoras foram responsáveis por distribuir os COEs e por divulgar a mensagem de segurança. Elas confirmaram as perdas aos clientes e estão colaborando com a liquidação, mas também são alvos de críticas por supostamente não terem alertado adequadamente sobre os riscos de término antecipado.

Compartilhe em

Comentários (17)

Cris Vieira

Os COEs da Ambipar e da Braskem sofreram gatilhos de término antecipado, o que fez a devolução de apenas 6,88% ou até 36,97% do capital investido. Essa estrutura já previa perdas severas caso os títulos subjacentes despencassem mais de 50%. Muitos investidores foram atraídos pela promessa de “segurança da renda fixa” sem entender o risco de volatilidade dos ativos internacionais. É fundamental analisar o prospecto e comparar o perfil de risco antes de alocar recursos em produtos estruturados.

Paula Athayde

Mais uma trama de gringos enganando o brasileiro 😡🇧🇷

Ageu Dantas

É inacreditável como esses “certificados protegidos” se transformaram em verdadeiras armadilhas financeiras, e o pior é que a maioria dos investidores nem percebeu a pegadinha até ver seu dinheiro evaporar. A sensação de estar sendo devorado por um monstro invisível é quase surreal, e ainda tem gente que defende a prática como se fosse normal. Parece que a razão foi deixada na porta da sala de reunião enquanto a ganância fez o resto. No fim, sobrou só desespero e a impressão de que o mercado está jogando contra o cidadão comum.

Bruno Maia Demasi

Quando analisamos a arquitetura dos COEs à luz da epistemologia financeira, constatamos que a combinação de renda fixa e variável é, na prática, um oxímoro que mascara o risco sistêmico inerente ao sub‑ativo de dívida soberana. O modelo de disparo automático da cláusula de resgate, ao ativar‑se em queda superior a 50%, equivale a uma bomba de tempo que explode na carteira dos investidores. Em termos de complexidade algorítmica, o produto opera como um derivativo de alta frequência encapsulado em discurso de “segurança”. Assim, a aparente sofisticação não passa de um disfarce semântico para a vulnerabilidade real.

Rafaela Gonçalves Correia

Você já reparou como, de repente, tantas notícias sobre “investimentos seguros” surgem exatamente quando grandes grupos financeiros precisam de um respiro de liquidez? Eu sempre suspeitei que os COEs fossem, na verdade, instrumentos de transferência de risco disfarçados de oportunidade para o pequeno investidor. Quando a Ambipar entrou em pedido de recuperação judicial, as cláusulas de gatilho foram ativadas quase que automaticamente, como se alguém tivesse apertado o botão secreto. Isso não é coincidência; é um mecanismo que permite que os bancos recuprem parte de seus prejuízos às custas da gente. A XP e o BTG Pactual, inclusive, lançam campanhas de marketing brilhantes, usando slogans que misturam “renda fixa” com “renda variável”, mas nunca mencionam a possibilidade de perda de 93 por cento. Eu li documentos internos que mostram que o parâmetro de 50 % de queda já estava planejado como ponto de corte desde a concepção do produto. Além disso, os consultores são pagos por comissão, o que cria um incentivo perverso para empurrar esses certificados para clientes que não têm o perfil adequado. Quando a pressão nos mercados internacionais aumenta, esses produtos se transformam em bombas relógio que explodem em menos de 24 horas. O fato de que centenas de milhares de investidores perderam dinheiro demonstra que o sistema regulatório ainda não aprendeu a proteger o cidadão de boa‑fé. Eu ainda me pergunto por que a CVM ainda demora a abrir investigações, enquanto os lucros dos bancos continuam a subir. Talvez haja um acordo de bastidores, uma espécie de “câmara escura” onde decisões são tomadas longe dos olhos do público. É fácil imaginar que, se formos mais críticos, poderemos descobrir padrões semelhantes em outros ativos estruturados. Por isso, é essencial que cada investidor faça sua própria due diligence, questione as premissas e exija transparência total. No fim das contas, a melhor defesa contra essas armadilhas é a informação e a desconfiança saudável. E lembre‑se: se a oferta parece boa demais para ser verdade, provavelmente é um sinal de alerta que não deve ser ignorado.

Davi Gomes

Mesmo com a dura realidade dos COEs, ainda vejo espaço para aprendizado e para que o mercado evolua, oferecendo produtos mais transparentes no futuro.

Luana Pereira

A recomendação principal para os investidores é revisar detalhadamente o prospecto e consultar um advogado especializado em direito securitário.

Francis David

É lamentável observar que tantos clientes foram surpreendidos por perdas tão expressivas, sobretudo quando a informação sobre os gatilhos de resgate não foi destacada de forma clara nos materiais de divulgação.

José Cabral

Evite produtos com cláusulas de término automático sem entender o impacto nas suas finanças.

Maria das Graças Athayde

📉💔 Ver o dinheiro desaparecer assim dói, mas precisamos ficar atentos e compartilhar informação! 🙏

Thabata Cavalcante

Talvez todo esse alvoroço seja exagero; afinal, risco faz parte do jogo e quem não aguenta perde.

Carlos Homero Cabral

Olha só, gente!!!, os bancos divulgaram tudo, mas ainda assim, muita gente caiu na armadilha, porque não leu o fine print, que está cheio de cláusulas, e aí, poxa, tem que ficar esperto!!!

Andressa Cristina

🌪️🚀 Os COEs voaram alto e caíram de cara no chão, parece até filme de ação, só que a gente é quem paga o ingresso! 🎬💸

Shirlei Cruz

Conforme as investigações da CVM avançam, é esperado que sejam emitidas normas mais rígidas para a comercialização de produtos estruturados.

Lucas da Silva Mota

Se todo mundo está chorando por causa dos COEs, talvez seja hora de parar de culpar os bancos e olhar para a própria estratégia de investimento.

Ana Lavínia

Na verdade, a estrutura dos COEs já inclui dispositivos de proteção que, se corretamente analisados, mitigam perdas; porém, a maioria dos investidores não tem tempo - nem paciência - para decifrar essas cláusulas, o que explica o resultado atual.

Marcelo Monteiro

Ah, claro, tudo conspirado pelos “grandes” da Wall Street, como se fossem maestros de uma ópera financeira que só toca notas dissonantes para nós, plebeus. Enquanto isso, os reguladores disputam quem pisa na bola primeiro, e o resto de nós fica a assistir a peça de teatro de horror sem ingresso. Não há dúvida de que o modelo de comissão cria um incentivo perverso, mas atribuir tudo a um plano oculto ignora a simples realidade de mercado volátil. Se ao menos alguém desse um passo atrás e analisasse o risco inerente, talvez evitássemos esse drama, mas quem tem tempo para isso quando o lucro parece tão fácil? No entanto, devo admitir que a sua narrativa tem um charme de ficção apocalíptica que captura a atenção, ainda que falte um pingo de rigor analítico. De todo modo, a lição aqui é clara: textrar o jargão complexo com emojis não traz segurança – só cria mais confusão.

Escreva um comentário

sobre o autor

Turian Biel

Turian Biel

Sou especialista em notícias e gosto de escrever sobre tópicos relacionados às notícias do dia a dia no Brasil. Trabalhando como jornalista há mais de 15 anos. Tenho uma abordagem analítica e procuro trazer uma perspectiva diferenciada aos leitores. Meu objetivo é manter as pessoas informadas sobre os acontecimentos mais relevantes.

nossa postagem relacionada

Blogs relacionados

Fernando Diniz Faz Aposta Estratégica com Escalação Mista do Cruzeiro contra Athletico-PR

Fernando Diniz Faz Aposta Estratégica com Escalação Mista do Cruzeiro contra Athletico-PR

Fernando Diniz surpreendeu ao escalar uma equipe mista do Cruzeiro contra o Athletico-PR, com foco estratégico na mistura de juventude e experiência. A partida teve um início dramático quando Rafa Silva foi expulso logo nos primeiros segundos, em um feito histórico. Em função do incidente, o Cruzeiro perdeu por 3-0 e terminou em 8º lugar na tabela, somando 44 pontos.

Leia Mais
Análise Completa e Palpites para Palmeiras x Fortaleza no Brasileirão

Análise Completa e Palpites para Palmeiras x Fortaleza no Brasileirão

No duelo entre Palmeiras e Fortaleza pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras desponta como favorito devido ao seu desempenho consistente e vitórias recentes em casa. O time paulista está a apenas um ponto do líder, Botafogo, e venceu suas últimas quatro partidas como anfitrião. Com odds atraentes para apostas, o confronto promete movimentar o Allianz Parque.

Leia Mais
EC Bahia Derrota Juazeirense com Atuação Decisiva de Tiago e Cauly

EC Bahia Derrota Juazeirense com Atuação Decisiva de Tiago e Cauly

O EC Bahia garantiu uma vitória por 2-0 sobre Juazeirense no Campeonato Baiano, com atuações decisivas de Tiago e Cauly. Com domínio em ambos os tempos, os dois jogadores foram fundamentais para romper a defesa adversária, assegurando a posição forte do Bahia na tabela da liga.

Leia Mais